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Apoio à paralisação dos servidores municipais de Paragominas

Senhor Presidente,
Senhores Deputados,
Senhoras Deputadas,

Há sete dias, centenas de servidores municipais da Prefeitura de Paragominas, no Nordeste do Pará, estão em greve. Os trabalhadores reivindicam que o prefeito Paulo Tocantins (PSDB) cumpra o Plano de Carreira dos servidores municipais; aumento do piso salarial do magistério; e devolva os valores indevidamente descontados nos contracheques dos servidores a título do Plano de Previdência, no ano de 2007.

O presidente do Sindicato dos Servidores de Paragominas (Sinsep), Raydson Vieira, calcula que cerca de 600 servidores aderiram ao movimento, dentre o total de 3.100 servidores municipais. A paralisação atinge praticamente todos os setores da administração municipal, a maioria das escolas da zona rural e urbana está fechada. O Hospital Municipal e os postos de saúde estão com o atendimento comprometido em cerca de 50%, conforme ele calcula.

Na última terça-feira, 13, cerca de 300 servidores ocuparam a Câmara Municipal para denunciar as irregularidades e cobrar o apoio dos vereadores. À tarde, os grevistas promoveram uma caminhada pelas ruas da cidade a fim de esclarecer à população sobre o movimento. O protesto contou com a adesão de estudantes e de servidores públicos estaduais. Ontem, os servidores tentaram entrar na prefeitura, mas as portas foram fechadas. Houve protesto do lado de fora. Os manifestantes estavam impedidos de entrar e o prefeito impedido de sair. Uma promotora de justiça e policiais civis e militares foram até o local tentar mediar uma solução ao impasse. Hoje, os grevistas retornarão para da frente a prefeitura, onde repetirão as manifestações.

Os grevistas denunciam que o salário dos profissionais do magistério não é atualizado há anos e está no patamar de R$ 1.600,00. O valor está abaixo do piso nacional vigente, definido pelo Ministério da Educação, que está em R$ 1.697,00 e que deve ser cumprido. Mas a prefeitura se recusa a cumprir o piso, conforme exigido em lei, porque o aumento do salário dos servidores iniciantes implica em reajuste proporcional aos educadores que possuem especialização e mestrado.
Sob pressão dos grevistas, a prefeitura prometeu adquirir duas ambulâncias para o atendimento da população, além de arcar com equipamentos de proteção individual e o transporte de servidores que residem na zona rural. Porém, é preciso avançar muito mais nas negociações. Esses foram alguns itens atendidos dentre a pauta dos manifestantes, que reúne cerca de 50 itens. Porém, os trabalhadores não vêm possibilidade de suspender a greve sem o atendimento do Plano de Carreira, que foi criado em 1998, mas parcialmente cumprido. Bem como sem o cumprimento do piso do magistério e a devolução dos descontos irregulares.

Diante do exposto e, com base nos termos regimentais, apresento MOÇÃO de apoio á greve dos servidores públicos municipais de Paragominas, apelando para que a Prefeitura daquele município busque solucionar o conflito através da negociação e do entendimento. Historicamente, somente por meio da luta dos trabalhadores, em todos os setores da sociedade, que conseguiram conquistar aumentos salariais e melhorias das condições de trabalho, especialmente, com vistas a melhorar o atendimento à população.

Que o inteiro teor desta MOÇÃO seja encaminhado à Prefeitura Municipal de Paragominas, Sindicato dos Servidores de Paragominas (Sinsep), Subsede do Sindicato dos Trabalhadores em Educação Pública (Sintepp)-Paragominas e Ministério Público Estadual (MPE).

Palácio Cabanagem, 20 de maio de 2014.

Deputado Edmilson Rodrigues
Líder do PSOL