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As saídas para a crise devem preservar direitos e garantir reformas populares

Foto: Gustavo Ribeiro/Câmara dos Deputados.
Foto: Gustavo Ribeiro/Câmara dos Deputados.

Senhor Presidente,
Senhoras Deputadas,
Senhores Deputados:

O Brasil está numa grave encruzilhada. Retroalimentando suas dimensões simultaneamente de crise econômica, social, política, ética e ambiental – o país sente que a situação não para de se deteriorar. O Datafolha divulgado hoje é um retrato do clima de insatisfação que toma conta de amplos extratos do povo brasileiro.

Porém, não se deve ficar na epiderme do problema. As causas da crise brasileira são estruturais e não permitem saídas cosméticas e que sejam a mera repetição de um receituário que há décadas condena o Brasil a uma existência subalterna aos interesses dos grandes oligopólios nacionais e internacionais.

A prosperidade de um número cada vez mais reduzido de agentes hegemônicos é o que provoca a inquietação da grande maioria do povo. É essa maioria que começa a abandonar inclusive o governo que apoiou e a presidenta que acaba de ser reeleita, que infelizmente não soube tirar as lições de uma disputa eleitoral acirrada, cujo signo de mudança e de compromisso com as verdadeiras reformas populares foram essenciais para assegurar aquele resultado no 2º turno.

Eu quero afirmar meu otimismo diante da crise brasileira. Não somos um país qualquer. Temos recursos extraordinários e um povo trabalhador que traz em suas veias séculos de resistência e combativa disposição de construir uma Pátria efetivamente justa e soberana.

Por isso, mais do que nunca é preciso afirmar que existem saídas para a crise que preservem direitos e apontem caminhos de efetivação daquelas reformas populares tão ansiadas pelo nosso povo.

Não é possível manter nosso país refém da especulação e do rentismo atrelado ao cassino do mercado globalizado. Até quando o Brasil destinará quase a metade de tudo que aqui é produzido para o imoral e ilegal pagamento da dívida pública?

Até quando o Brasil gastará 12 vezes mais com o pagamento de juros e amortizações da dívida do que se investe em saúde? Isso é um genocídio cotidiano!

É hora de romper com as amarras do pensamento único. Não é possível oferecer ao povo, no momento de crise, o surrado discurso que pretende transferir a conta àqueles que já sofrem a humilhação da pobreza e das precárias condições de vida.

O caminho não pode ser o de massacrar os que vivem do salário, tirar direitos, afogar os que já estão em situação de total imersão.

O Brasil precisa de um projeto alternativo de desenvolvimento, o que significa romper e auditar a dívida e regular o único dos sete impostos federais que até agora não foram regulados que é o imposto sobre as grandes fortunas.

O Brasil quer e exige mais. Mais direitos e nenhum retrocesso!

Edmilson Rodrigues
Deputado Federal PSOL/PA