A Assembleia Legislativa do Pará vai fazer uma sessão itinerante no município de Altamira para debater os problemas da usina de Belo Monte, na região do Xingu. A data ainda não foi marcada. O pedido para a realização da sessão partiu do deputado estadual Edmilson Rodrigues (PSOL). A recente descoberta de casos de tráfico humano para fins de exploração sexual às proximidades dos canteiros de obras, se somou ao crescimento da violência e a outros problemas sociais e ambientais causados pelo megaempreendimento, conforme destacou Edmilson. O requerimento foi protocolado no último dia seis e aprovado na sessão desta terça-feira, 26, em regime de urgência, pela unanimidade dos deputados.
“Precisamos reunir todos os agentes envolvidos, inclusive o governo federal e estadual e o Consórcio Construtor Belo Monte para discutir responsabilidades e decidir soluções aos diversos problemas sociais existentes na região, garantindo, assim, melhoria da qualidade de vida à população”, defendeu Edmilson, na tribuna. Edmilson esteve em Altamira, no dia 07 de janeiro deste ano, quando integrou a comissão parlamentar externa que verificou a situação dos conflitos existentes na região. No requerimento, ele enumera os conflitos envolvendo indígenas, ambientalistas e ativistas de movimentos sociais contra as obras de Belo Monte e, ainda, as manifestações de operários reivindicando melhores condições de trabalho.
“Além da alteração do curso do rio e do alagamento de uma vasta área, incluindo terras indígenas, já há uma forte migração de pessoas de todos os cantos do país para Altamira. O município teve um aumento astronômico da população, mas não está com estrutura de serviços públicos preparada para a nova demanda e o caos na saúde e na educação, além do desemprego, também tem ganho destaque na imprensa local, nacional e internacional”, destaca o requerimento.
Serão convidados para a sessão, representantes da Norte Energia; da Belo Sun Mineração; de movimentos ambientalistas, como o Xingu Vivo Para Sempre; Fundação Nacional do Índio (Funai); Prefeitura de Paragominas, especialmente representantes da Secretaria Municipal de Saúde; da Secretaria de Meio Ambiente do Estado (Sema); Ministério Público Estadual; Ministério Público Federal; Conselho Indigenista Missionário (Cimi) e povos indígenas da região.
