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Deputados criam comissão para visitar área de conflitos no Alto Rio Guamá

A Assembleia Legislativa do Pará aprovou na sessão desta quarta-feira, 12, à unanimidade, a criação da comissão externa de deputados que visitará a Terra Indígena Alto Rio Guamá, no município de Paragominas, a 700 quilômetros de Belém, onde vivem cerca de 1.500 índios do povo Tembé Tenetehara. A área é o epicentro de conflitos entre indígenas, madeireiros e posseiros. No último dia 1o, índios, policiais e agentes do Ibama, que tentavam retirar toras de madeira de desmatamento apreendidas na área, foram emboscados por madeireiros. A aprovação do requerimento foi acompanhada por cerca de 15 Tembés, que assistiram a votação na galeria da Assembleia.

“Os agentes foram federais espancados e ameaçados. O cacique Valdeci, principal liderança da etnia, passou dois dias escondido na mata com medo de morrer. Isso é inadmissível. A situação é grave e requer medidas urgentes”, justificou Edmilson.” A criação da comissão agradou aos indígenas: “A gente também elege os deputados. É dever deles fazer isso. Queremos discutir projetos de desenvolvimento sustentável e a desintrusão da área”, defende o cacique Sérgio Tembé, referindo-se à retirada de não-índios que ocupam parte da reserva indígena há anos.

O requerimento foi apresentado em acordo com os anseios dos indígenas, que se reuniram, na véspera com Edmilson, e a comissão foi aprovada em regime de urgência na mesma sessão. Edmilson disse que já há a sinalização de que deputados da bancada do PT e do PSOL participem da comissão. Ainda não foi marcada a data da visita ao Alto Rio Guamá. “Vamos nos solidarizar aos índios Tembém, que tem o direito de viver em paz, e combater a grilagem e a extração ilegal de madeira dentro da área. Existe uma ameaça concreta à vida dos índios e de agentes do governo federal. A propriedade da área é indiscutível e reconhecida legalmente”, destacou Edmilson. “Independente dos outros deputados irem, eu irei pessoalmente à terra indígena em janeiro”, anunciou o psolista.

O requerimento será levado ao conhecimento do Ministério Público Federal (MPF), da Fundação Nacional do Índio (Funai), do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), da Sociedade Paraense de Defesa dos Direitos Humanos (Sddh) e da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), Seção Pará.