edmilsonPSOL

Cópia de image00034

“É possível salvar a Petrobrás, mas não tornando os recursos meras fontes de mercadoria”, diz Edmilson Rodrigues na CPI

Edmilson Rodrigues deputado federal Foto Gutsavo Lima-Acervo-Câmara dos Deputados (1)
Foto: Gustavo Lima/Câmara dos Deputados

Na terceira reunião da CPI da Petrobrás, os parlamentares ouviram depoimento de Paulo Barusco, ex-gerente de engenharia da Petrobrás. O deputado Edmilson Rodrigues (PSOL/PA) questionou o delator sobre propina que estava em duas contas em um banco na Suiça e que, de repente, sumiu. O valor, de acordo com o delator, é de aproximadamente R$6 bilhões.

De acordo com Barusco, havia um cartel envolvendo as maiores empreiteiras do Brasil, dentre as quais, a Camargo Corrêa, Andrade Gutierrez, Odebrecht, OAS, Queiroz Galvão, Engevix, Iesa, Mendes Júnior, UTC, Galvão Engenharia, Setal, dentre outras. Esse cartel, de acordo com Barusco, pagava propina aos diretores da Petrobrás – ele e Renato Duque, gerente de serviços.

Os recursos oriundos das propinas eram depositados em contas na Suíça. No caso de Duque, duas contas (uma denominada “T” e outra “K”) recebiam parte das propinas. Segundo Barusco, num determinado momento, Duque lhe informou que os valores dessas contas simplesmente “sumiram”.

Edmilson indicou os prejuízos desse cartel. “Num mundo oligopolizado já seria difícil garantir licitude plena, no entanto quando se escolhe as empresas que vão participar e eleva-se em forma de cartel provoca-se essa sangria de nossos recursos”, indicou.

O deputado paraense, durante a CPI, ainda criticou a atitude de colocar as ações da Petrobrás num processo especulativo. “Sou um otimista de que é possível salvar e fortalecer a Petrobras, mas o caminho não pode ser este, de tornar os recursos meras fontes de mercadoria.
A ação que aqui está sendo investigada é uma ação comandada por agentes políticos, de partidos, mandatários, de governos, mas também, por agentes políticos financeiros”, defendeu.

Por fim, ele apontou a necessidade de três acareações: João Vacari, ex-tesoureiro do PT, Renato duque, ex-diretor de serviços da Petrobrás e Júlio Faerman, ex-representante da SBM Offshore no Brasil. Para o deputado, a presença deles na CPI é importante para compreender “o início histórico desse processo oficial e assumido de recebimento de propina”.