Moradores da área do Taboquinha, no distrito de Icoaraci, denunciaram hoje pela manhã (25.05), o abandono das obras do PAC, sob responsabilidade do Governo do Pará, prejudicando mais de 300 famílias que vivem atualmente em palafitas e esgoto a céu aberto e que aguardam há anos a solução do problemas. O impasse motivou mais uma visita do deputado federal Edmilson Rodrigues (PSOL), que já esteve área em anos anteriores, e de lideranças do Fórum de Entidades e Moradores das Obras do PAC.
O projeto inicial do PAC para o Igarapé do Taboquinha previa obras de urbanização, habitação e revitalização do igarapé e contemplaria também um conjunto habitacional para 986 famílias. Com as obras paralisadas, mais de 300 famílias, 1/3 do total, ficaram sem ser contempladas, e estão há 8 anos esperando pelas suas moradias.
A obra atualmente está estimada em R$ 76 milhões. “É dinheiro público jogado na vala. Enquanto esse direito é jogado fora o povo fica sofrendo. Seja pela falta de moradia ou pelo fato de serem proibidos de colocar uma tábua na casa, para amenizar a situação, porque o governo não permite. As famílias estão sofrendo duplamente. O que mais se vê são depoimentos de famílias em completo desespero, com seus precários locais de moradia ruindo, pessoas se acidentando, adoecendo e correndo risco de desabamento neste período de chuva”, afirmou o deputado Edmilson Rodrigues.
O deputado criticou o Governo do Estado pela incapacidade de apresentar uma solução para a continuidade das obras. Ao contrário, a proposta apresentada até o momento é o pagamento de R$ 400,00 reais por apenas 10 meses, na condição de auxílio aluguel, sem perspectivas para o futuro.
“É preciso trazer para a audiência pública autoridades do Estado e do Ministério das Cidades com o objetivo de exigir uma solução urgente para este problema que está humilhando, maltratando essas pessoas. É uma verdadeira crueldade contra o povo do Cubatão que está neste bolsão de precariedades, submetidos a uma situação desesperadora”, afirmou o deputado que está convocando uma audiência pública no distrito para o próximo dia 15 de junho.
O Governo do Estado ficou responsável pelo repasse de recursos à obra em parceria com o governo federal. A pauta já se estende desde 2008, quando foram realizados os primeiros cadastramentos da família, e os moradores tentaram recorrer a instituições como Ministério Público e Defensoria para resolver a situação.
