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Edmilson pede que CPMI investigue contratos da Delta no Pará

O deputado estadual Edmilson Rodrigues (PSOL) apresentou moção, na Assembléia Legislativa do Pará, para que a Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) do Congresso Nacional, que apura a teia de corrupção do bicheiro Carlos Cachoeira em várias esferas do poder público e da iniciativa privada, investigue também os contratos suspeitos da empresa do contraventor, Delta Construções S.A, com o governo do Pará. A moção foi protocolada junto à mesa diretora da Alepa, durante a sessão ordinária desta terça-feira, 15.

A Delta é acusada de possuir extensa rede de corrupção e tráfico de influência em vários estados da Federação, com os quais assinou contratos milionários suspeitos de superfaturamento. “No Pará, a Delta registrou, nos últimos anos, um notável crescimento na participação de obras e serviços prestados a diversos níveis de governo, como a locação de veículos para a Polícia Militar do Estado, ainda durante o governo passado. À época, o contrato sofreu pesadas críticas de partidos de oposição que suspeitavam de superfaturamento. Entretanto, já na atual gestão, segundo denúncias publicadas no blogue da jornalista Ana Célia Pinheiro (A Perereca da Vizinha), foi firmado novo contrato para o mesmo objeto, porém com valores superiores aos praticados anteriormente”, destacou Edmilson.

Segundo o blog, o contrato assinado anteriormente, era de R$ 20 milhões para dois anos, ou seja, R$ 10 milhões por ano. Já o novo contrato da Delta com a PM tinha um valor inicial de R$ 14 milhões para apenas um ano. Mas um aditivo de preço de R$ 3,5 milhões, elevou o contrato para R$ 17,6 milhões. Quer dizer: o novo contrato poderá ficar 70% mais caro que o anterior. Outro problema é o valor do aluguel desses veículos, o que, na ponta do lápis, deve sair mais caro do que a compra. Além disso, o governo do Estado continuou a pagar o contrato anterior, ao mesmo tempo em que também pagava o novo contrato, o que aconteceu, pelo menos, até março deste ano.

O caso está sendo investigado pelo Ministério Público Militar, que abriu procedimento para investigar os muitos indícios de ilegalidades na transação. “Não podemos admitir que os cofres públicos sejam lesados, aqui no Pará ou em qualquer lugar”, criticou Edmilson. A moção será levada ao conhecimento da bancada do PSOL na Câmara Federal, ao senador Randolfe Rodrigues (PSOL-AP), ao Conselho Federal da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), à Ordem dos Advogados do Brasil – Seção Pará (OAB-PA), ao Ministério Público do Estado do Pará (MPE) e à Sociedade Paraense de Defesa dos Direitos Humanos (SDDH).

Foto: Eunice Pinto/Agência Pará