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“Eu espero que tenha um desfecho baseado em uma negociação justa”, afirmou Edmilson sobre a crise na PM

Por Carolina Menezes

O deputado Edmilson Rodrigues (PSOL), que acompanhou de perto durante todo o final de semana a negociação entre o Governo do Estado e os praças da Polícia Militar, respirou fundo na hora de responder, ontem à tarde, sobre o andamento das conversas entre as duas partes a fim de solucionar a crise instalada na corporação desde a semana passada. Sem esconder a tensão e escolhendo com calma as palavras, como se tivesse cuidado em não gerar um alarme maior a partir do que fosse dito, ele admite cautelosamente a preocupação. “Está difícil, muito difícil. Eu vejo o Governo agindo de forma equivocada, mas é difícil crer em erro ou falta de experiência por parte de um gestor com mais de 30 anos de vida pública, que já foi secretário de planejamento, governador pela segunda vez”, justifica. “De qualquer forma, até agora, as coisas estão calmas, e eu espero que assim continue, com um desfecho baseado em uma negociação justa”, expôs. No final da tarde de ontem, a informação que se tinha é de que o governador Simão Jatene (PSDB) ainda não havia deliberado sobre a operação que retiraria os praças aquartelados em diversos batalhões da Região Metropolitana de Belém (RMB) e no interior, a começar pelo 6º Batalhão, em Ananindeua, onde as paralisações mais emblemáticas aconteceram.

Hoje, os militares da PM ameaçam fechar mais uma vez a BR-316 a partir das 6h, em frente ao mesmo batalhão da PM em Ananindeua.

DESGOVERNO

“Vejo como se Jatene estivesse se deixando governar, abrindo mão, e diante das pressões de concorrer em outubro a um novo mandato. Chega a ser infantil ele passar a solução ao Comandante Geral da PM, coronel Daniel Mendes, que não admite a crise, e trata a situação como pura e simples desobediência. E enquanto isso, a instabilidade aumenta”, lamenta Edmilson Rodrigues. “É preciso entender que essa piora não se deu por causa do aumento dado aos oficiais, e sim pela atitude autoritária do comandante do 6º Batalhão de Polícia Militar (BPM) [o tenente coronel Almério Moraes Pereira Júnior] de mandar prender aqueles que protestavam contra o desrespeito por parte do Executivo”, analisa.

PM DIVIDIDA

Rodrigues entende que falta, por parte do tucano – que, nesta segunda, em meio a toda essa indefinição, chegou a planejar deixar o Brasil rumo aos Estados Unidos durante uma semana, acompanhado de seu vice, Helenilson Pontes (PSD)-, a atitude de tomar as rédeas de um impasse que só pode ser resolvido por ele. “Jatene criou diversas supersecretarias para vários setores do Estado, mas a segurança pública continua tendo ele como chefe maior. Agora, pelo que vejo, só temos duas saídas: a desgraça ou a humildade. Qualquer atitude de truculência, e eu incluo o autoritarismo nisso, vai resultar em uma fragmentação irreversível da PM que, por falta de opção, estará então a caminho da extinção. Se o governador realmente valoriza a Polícia Militar, precisa tomar a frente, chamar a Assembleia Legislativa, que, por mais de uma vez, fez seu papel de intermediação na tentativa de ajudar a resolver o problema, chamar as forças que tem e costurar uma proposta que atenda não um lado ou outro, mas à Polícia Militar como um todo”, reforça o deputado.

Fonte: Diário do Pará, 07.04.14