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Fonteles é perseguido e deputados recorrem ao MPF

O ex-vereador Paulo Fonteles Filho (PcdoB) denunciou aos deputados estaduais Edmilson Rodrigues (PSOL) e Carlos Bordalo (PT), da Comissão de Direitos Humanos e Defesa do Consumidor da Assembleia Legislativa do Pará, nesta terça-feira, 26, que nos últimos dias se intensificaram as perseguições contra ele. “Desde que passei a integrar o GT (grupo de trabalho) Araguaia, do governo federal, que apura os crimes cometidos durante a Guerrilha do Araguaia (ocorrida entre os anos 60 e 70 no Sul do Pará) tenho sido pressionado”, denunciou. Os deputados vão levar o caso ao conhecimento do procurador da República Felício Pontes Júnior.

“Na última quinta-feira, 21, fui alertado de que um carro estava me seguindo. No dia seguinte fizeram campana em frente à sede do PCdoB, onde eu estava, e no sábado, 23, fizeram campana novamente em frente ao restaurante em que eu almoçava com um ex-integrante da Abin (Agência Brasileira de Inteligência) que está contribuindo com as investigações”, relatou Fonteles, que fotografou os veículos suspeitos.

Fonteles afirmou que vem sendo pressionado por meio de perseguições desde o ano de 2011. Ele atribui a autoria desses atos suspeitos a dois supostos dirigentes da Abin no Pará, que teriam comandado a 5a Companhia de Guarda, o principal centro de tortura e assassinato de guerrilheiros, que funcionava na Casa das Onze Janelas, em Belém. “Na reforma do prédio, foram encontradas ossadas, que acabaram sendo retiradas do local por um agente da polícia do Distrito Federal e até hoje permanecem em local ignorado”, contou.

Fonteles relatou já ter denunciado as perseguições à Polícia Federal de Marabá, à Secretaria Nacional de Direitos Humanos e o Ministério da Justiça, além disso, há mais de dois anos ele integra um programa de proteção de defensores de direitos humanos, mas nenhuma providência foi tomada para efetivamente protegê-lo ou apurar e punir os autores das perseguições. “Eu tenho medo de morrer porque sei que as ameaças se cumprem”, disse, referindo-se ao pai, o ex-deputado Paulo Fonteles, executado há 26 anos. “Eu não tenho o direito de recuar. Está em jogo o direito social à memória e à verdade”, reafirmou.

O pecedebista também integra o Comitê Paraense pela Verdade, Memória e Justiça que luta pela implantação da Comissão Estadual da Verdade no Pará, a qual visa apurar os crimes cometidos durante a ditadura militar contra aqueles que lutavam pela democratização do país.