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“Matam índios, destroem floresta, barram rios, inviabilizam nosso futuro em nome de que progresso?”, questiona Edmilson sobre usinas no Pará

Foto: Nadia Junqueira
Foto: Nadia Junqueira

O deputado Edmilson Rodrigues (PSOL/PA) participou nesta terça-feira (29/9) de audiência na Câmara Federal para discutir a situação atual do licenciamento da Usina de São Luiz do Tapajós no Estado do Pará. Em avaliações técnicas divulgadas entre novembro de 2014 e o início de março, o Ibama (Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis) apontou diversas falhas no estudo de impactos sociais e ambientais da hidrelétrica e pediu sua reformulação.

Essa é a primeira das sete hidrelétricas planejadas para o Complexo Tapajós, que junto às hidrelétricas do rio Teles Pires se ligará ao sistema de energia do Sudeste/Centro-Oeste. Se construída, a barragem irá alagar território indígena Munduruku e remover completamente os ribeirinhos da comunidade centenária de Pimental, além de impactar as cidades de precária infraestrutura social no oeste do Pará. No debate, Edmilson enfatizou o caráter violento desta construção.

“Temos aqui 19 terras indígenas. Apenas quatro estão homologadas. Ao invés de avançar na homologação, vêm as empreiteiras determinando o que o governo deve fazer. O Estado brasileiro não merece essa violência institucional. O povo brasileiro não pode ser submetido à condição de mercadoria”, contestou.

O deputado ainda enfatizou como o Brasil está na contramão de outros países. “Querem destruir esse rio com 40 barragens. Querem barrar um rio com todas as experiências que se tem no mundo inteiro. Enquanto na Espanha se proíbe, nos EUA se reverte processo de violência contra sua diversidade, na Alemanha, eles voltam atrás em processos ocorridos no século XIX, aqui abre-se mão da soberania nacional”, exemplifica.

“Belo Monte já custa mais de R$35 bilhões aos brasileiros. O Estado brasileiro banca essa obra a juros subsidiados para empreiteiras enriquecerem. Matam índios, destroem floresta, barram rios, inviabilizam nosso futuro em nome de que progresso? Progresso e lucro para uma minoria que manda no mundo e que faz do governo brasileiro um boneco. Não aceitamos essa condição”, contestou.

Estiveram na audiência Thomaz Miazaki de Toledo, Diretor de Licenciamento Ambiental/IBAMA, Marcelo Marcelino de Oliveira, Diretor de Pesquisa, Avaliação e Monitoramento da Biodiversidade/ICMBio, Sidney do Lago Júnior, Superintendente de Geração da Eletrobrás, além de representantes indígenas e procuradores do Estado.