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Pesar diante do trágico assassinato do sargento Hélio Borges e de sua esposa Feliciana Mota

Senhor Presidente,
Senhores Deputados,
Senhoras Deputadas,

Na última quinta-feira, 7, a população assustou-se com a tragédia em que bandidos ceifaram a vida de duas importantes lideranças sindicais entre os agentes da polícia do Pará: a civil Feliciana Mota e o sargento Hélio Borges, da Polícia Militar, no centro de Belém. O casal foi ferido ao tentar impedir a fuga de assaltantes. Apesar de não estar a serviço, o sargento jogou o veículo sobre a motocicleta dos assaltantes, que reagiram a tiros. Feliciana teve morte instantânea. Hélio ainda resistiu dois dias no hospital até falecer também.

Edmilson Rodrigues Sargento Helio Borge Feliciana Mota

O Cabo Hélio”, como ficou conhecido, fez história no Pará. Ele foi o primeiro militar da história recente do estado a impor o movimento paredista, de forma solitária, inclusive, quebrando o juramento de fidelidade às ordens do governador do estado. Em 1997, sete anos após ingressar na Polícia Militar do Pará, período em que já tinha fundado a Associação do Policial Militar (Apome), o cabo Hélio protagonizou uma greve de fome nas escadarias do antigo Tribunal de Justiça do Estado, que durou dias. O objetivo era pressionar o governador Almir Gabriel a atender as reivindicações de melhoria salarial da categoria. A greve conquistou um abono de cerca de R$ 300 para os policiais. Porém, o cabo foi demitido. Hélio passou dez anos brigando na justiça para ser reintegrado. Ele conseguiu reaver todos os direitos, foi promovido a sargento e voltou ao sindicalismo ao fundar outra entidade junto com Feliciana, a Associação dos Policiais Militares do Pará (Aspol).


Ele chegou a concorrer a vereador de Belém, pelo PCdoB, na eleição passada, inclusive, integrando a coligação com o PSOL, que apoiou a minha candidatura a prefeito no ano passado. Durante a campanha, tivemos a oportunidade de estar juntos algumas vezes, discutindo os problemas e as soluções para os principais problemas da cidade.

Já Feliciana, tinha atuação reconhecida há mais de dez anos pela luta em defesa dos direitos dos policiais. “Ela era uma mulher guerreira. Não era policial, mas lutava por melhorias para a categoria. Ela conhecia todas as leis e esclarecia os policiais seus direitos”, resume o Cabo Francisco Xavier, da Associação dos Cabos e Soldados do Pará. Além de ter fundado a Aspol. ela também foi fundadora da União Geral dos Trabalhadores do Pará (UGT-PA).

Em razão do exposto e, com base nos termos regimentais, REQUEIRO o envio de votos de pesar em razão do falecimento de Feliciana Mota e do Cabo Hélio à respectiva família, à Associação dos Policiais Militares do Pará (Aspol), Associação dos Cabos e Soldados da PM e Associação em Defesa dos Direitos dos Militares do Pará (Admipa).
Que o inteiro teor deste requerimento seja levado ao conhecimento do comandante da Polícia Militar, Coronel Daniel Mendes; Sociedade Paraense de Defesa dos Direitos Humanos (SDDH); Ministério Público do Estado do Pará; e União Geral dos Trabalhadores (UGT).

Palácio Cabanagem, 12 de novembro de 2013.

Deputado Edmilson Rodrigues
Líder PSOL