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Privatização da BR Distribuidora: mais um crime de lesa-pátria

O governo vendeu, nesta terça-feira (23), 35% das ações da empresa BR Distribuidora, subsidiária da Petrobras responsável pela distribuição de combustíveis da estatal, pelo valor de US$ 2,5 bilhões, cerca de R$ 9,6 bilhões. A Petrobras ficou com 37% da empresa, que agora se torna uma empresa privada. Em 2018, a BR Distribuidora lucrou R$ 3,2 bilhões, praticamente um terço do valor obtido com a venda das ações. Ou seja, a empresa foi entregue a preço de banana!

Estamos diante de mais um crime de lesa-pátria com o país e a sociedade brasileira. Um caso inédito no mundo! Entre as 20 maiores empresas petrolíferas, a Petrobras é agora a única que não tem distribuidora própria.

Como se vê, não se tratou de uma simples oferta de ações, mas da perda do controle majoritário de uma empresa que foi construída com recursos públicos, e que possui 8.200 postos de serviços e mais de 1.200 lojas de conveniência: a área mais lucrativa da empresa.

Estamos diante de mais um crime de lesa-pátria com o país e a sociedade brasileira. Um caso inédito no mundo! Entre as 20 maiores empresas petrolíferas, a Petrobras é agora a única que não tem distribuidora própria.

Para além de um crime contra a soberania nacional, a BR Distribuidora era responsável pela distribuição de combustível em regiões com condição logística limitada ou precária. Isso pode impactar gravemente a oferta de combustível para diversas regiões do país, como a Amazônia e do Pará. Agora, o abastecimento nacional passa para as mãos de especuladores internacionais, que certamente, irão priorizar seus lucros!

Os que defendem este crime do governo Bolsonaro argumentam que os casos de corrupção – diga-se de passagem, dos quais o PSOL nunca teve nenhum envolvimento – justificam a entrega da empresa para o controle privado. A lógica parece ser: “ao invés de tratarmos a doença, vamos matar o paciente!”.

A Federação Única dos Petroleiros (FUP) entrou com uma Ação Popular, com pedido de urgência na tramitação, contra a venda de ações e perda do controle majoritário da Petrobras sobre a BR Distribuidora. A ação das entidades sindicais questiona a venda nos “princípios da legalidade, moralidade e eficiência, de matrizes constitucionais”. Alega também os prejuízos para o país, já que a privatização da BR Distribuidora “afeta de modo contundente o patrimônio e a coisa pública [de forma] praticamente irreversível ou de difícil reparação, com efeitos concretos extremamente deletérios à sociedade brasileira”.

A privatização da Vale do Rio Doce, durante o governo de Fernando Henrique Cardoso, já deveria ter nos ensinado o quão prejudicial é a entrega do patrimônio nacional. Aliás, essa venda já foi reconhecida pela Justiça como fraudulenta. “A verdade histórica é que as privatizações ocorreram, em regra, a preços baixos e os compradores foram financiados com dinheiro público”, afirma Selene. Sua posição foi referendada pelos juízes Vallisney de Souza Oliveira e Marcelo Albernaz, que compõem com ela a 5ª turma do TRF.