No último sábado, 02 de fevereiro, 93 famílias de trabalhadores sem terra ocuparam a Fazenda Dom Bosco no município de Igarapé Açú, a cerca de 100 quilômetros de Belém do Pará. A área faz parte de uma antiga colônia estadual reconcentrada por grileiros e fazendeiros, que destruíram sua cobertura vegetal e agora reivindicam a posse para a criação de gado e plantações de palmeiras de dendê, para atender aos interesses do agronegócio da região, que visa consolidar o maior pólo de biodiesel do mundo.
As famílias de trabalhadores sem terra afirmam que a área já foi reivindicada junto ao Instituto de Terras do Pará (ITERPA) em inúmeras reuniões. O órgão, de acordo com os dirigentes do MST, ainda não se manifestou quanto à disposição de iniciar o processo de criação do assentamento para as famílias.
“A ocupação do MST é legítima”, afirmou o vereador Anderson Carrera (PSOL) em nota publicada em seu site. Ainda segundo Anderson, “a responsabilidade por tal situação é dos governos municipal e estadual que não têm coragem de realizar o assentamento de diversas famílias que não tem onde morar, pois a grande maioria dos prefeitos e governadores eleitos tem suas campanhas financiadas por grileiros e fazendeiros que se dizem donos dessas terras”.
“Desta forma nossos governantes cedem aos interesses de uns poucos possuidores de grandes terras interessados no agronegócio, que expulsam os pequenos produtores do campo, o que reflete no êxodo rural e o crescimento urbano desorganizado”, concluiu o vereador.
