Talvez a maior demonstração de incompetência e fracasso de um gestão pública seja a entrega de setores estratégicos para a iniciativa privada. E foi justamente isso o que o prefeito Zenaldo Coutinho anunciou: em decisão publicada no último dia 15 de outubro no Diário Oficial do Município e assinada pelo Secretário de Saúde de Belém, a Prefeitura decidiu abrir processo seletivo para repassar a Organizações Sociais a gestão de três Unidades de Pronto Atendimento na cidade: Marambaia, Jurunas e Dagua.
As obras em duas dessas Unidades ainda não foram concluídas – as da UPA do Jurunas e da Marambaia se arrastam há mais de 5 anos – e são realizadas com recursos públicos, através de convênios com o governo federal.
Zenaldo parece seguir os mesmos passos que seu aliado, o ex-governador Simão Jatene, implementou na Saúde Pública do Estado e que fracassou em garantir o direito à saúde para a população do Estado: entregar unidades de saúde para a empresas privadas através do repasse de vultuosos recursos para a “administração pública”. O próprio Sindicato dos Médicos do Pará (Sindmepa) já alertava em 2013 que a administração de hospitais públicos no Pará se tornou um negócio da China para Organizações Sociais.
A verdade é que, além do descompromisso com a saúde pública enquanto um direito da população, o colapso nesta área é intencional e serve para justificar essa tentativa de entrega dos serviços para a iniciativa privada.
A saúde é um bem público e não pode ser tratada como uma mercadoria. Diante da grande quantidade de gestores e profissionais competentes no Pará para pôr ordem no verdadeiro caos em que se encontra a Saúde pública na cidade, Zenaldo opta por entregar as unidades de saúde, construídas com o dinheiro público, para a iniciativa privada e transforma a saúde pública num verdadeiro negócio.
