O deputado estadual Edmilson Rodrigues (PSOL) acompanhou, na tarde desta quarta-feira, 12, o depoimento do diretor-geral do Departamento Estadual de Trânsito (Detran), Walter Pena, na Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) que apura a suspeita de favorecimento político-esportivo do time de futebol Santa Cruz de Cuirana, de Salinópolis, pelo órgão. O depoimento foi acompanhado por uma comissão do Sindicato dos Servidores do Detran (Sindetran), enquanto outros servidores da pasta protestavam do lado de fora da Assembleia Legislativa do Pará.
Edmilson perguntou ao diretor-geral se era verdade que o Ministério Público do Estado, que investiga suspeitas de corrupção no órgão, vem tendo dificuldades em receber informações do Detran, seja por não atender aos pedidos dos promotores de justiça ou por fornecer dados imprecisos e incompletos. Pena negou.Ele afirmou que, em 12 de setembro passado, prestou informações ao MPE sobre o contrato com a Climept, clínica de prestação de exames médicos e psicotécnicos, que sofreu aditamentos além do permitido em lei.
O psolista também questionou se o dirigente tem enfrentado a corrupção dentro do órgão, ao que Pena respondeu ter aberto procedimentos administrativos disciplinares contra funcionários suspeitos de má conduta, que culminaram com a substituição de quatro avaliadores de trânsito.
Servidores – Edmilson ponderou que a CPI não parte da afirmação de que as denúncias são verdadeiras, mas se preocupa em apurá-las. Na oportunidade, ele apelou para que o diretor-geral invista na valorização do corpo funcional e na modernização do Detran. “As demandas dos servidores foram legitimadas em sessão especial, nesta Casa, e se sobrepõem a interesses partidários”, afirmou.
O presidente do Sindetran, Élisson Oliveira, anunciou que, ontem, os servidores paralisaram as atividades ao meio-dia e que haverá manifestação na quinta-feira, 13, em frente ao Detran, e passeata na sexta-feira, 14, com concentração em São Brás, ás 10 horas da manhã. A categoria reivindica o Plano de Cargos, Carreira e Remuneração (PCCR), adicional de risco de vida, a realização de concurso público e a melhoria da infraestrutura do Detran na capital e no interior. “Este ano, realizamos 15 paralisações, totalizando 26 dias de braços cruzados”, contou Élisson.
