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Edmilson participa da inauguração do Banco Comunitário de Caratateua e anuncia 30.000 em emenda parlamentar

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O deputado estadual Edmilson Rodrigues (PSOL) participou nesta terça-feira (15), da inauguração do Banco Comunitário Caratateua, em Outeiro, projeto de iniciativa da sociedade civil que tem por base os princípios da economia solidária, com a perspectiva de geração de trabalho e renda a partir da reorganização das economias locais.

O Banco Comunitário concede empréstimos em condições financeiras bem melhores que as oferecidas pelos bancos privados, ofertando duas linhas de crédito: de consumo e produtivo. O primeiro (de consumo) destinado a compras dos mais variados itens de necessidade de quem empresta, e o segundo (produtivo), destinado ao incentivo de criação de pequenos negócios ou ao incremento dos já existentes. A primeira iniciativa de Banco Comunitário no Brasil ocorreu em 1998 com o Banco Palmas, no Conjunto Palmeira, periferia de Fortaleza, Ceará. Desde então, mais de 50 Bancos já estão em funcionamento no Brasil; no Pará, além do Banco Comunitário de Caratateua, também existem bancos comunitários implantados no Paar (Ananindeua), Caraparu (Santa Izabel), Gurupá e Jacundá. Em fase de implantação existem outros dois bancos: no bairro Castanheira (Belém) e na comunidade Che Guevara (Marituba).

DSC08213 (800x600)Na inauguração, Edmilson anunciou que destinará R$ 30 mil de verba em emenda parlamentar para o Banco Comunitário de Caratateua e lembrou em sua fala das exitosas experiências desenvolvidas em sua gestão a frente da Prefeitura de Belém, que além de garantir acesso ao crédito através do Banco do Povo, também estimularam o empreendedorismo popular. Segundo ele, infelizmente o governo federal ainda falha neste aspecto: “Para além da criação de acesso a recursos, abertura de crédito, deveria haver a noção de empreendedorismo popular, microcrédito, incentivo à iniciativas populares de economia”.

Doutor em Geografia Humana, Edmilson lembrou um estudo do geógrafo Milton Santos sobre o conceito que ele cunhou de “”circuito da economia”, que estaria dividido em dois circuitos: superior (representado pela macroeconomia e o pensamento econômico hegemônico, oficial) e o inferior (representado pelas iniciativas e ações econômicas das camadas mais pobres que, com criatividade e empreendedorismo, desenvolvem suas atividades de geração de renda). Para Edmilson, a existência desse circuito econômico inferior é o que explicaria o fato da sociedade brasileira, assim como a paraense, ainda não terem entrado em colapso de violência ou até mesmo em uma guerra civil, por conta do alto índice de miséria e exclusão social. “Iniciativas como essa, que estimulam atividades produtivas nesse circuito inferior da economia é que explicam a resistência do povo a essa economia oficial e excludente, assim como sua resistência ao envolvimento com a criminalidade, com a violência”, ressaltou o deputado.

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Uma das características do Banco Comunitário é a criação de uma moeda social circulante local, que no caso do Banco Comunitário Caratateua, tem o nome de “Cará”. O objetivo da moeda social é fazer com que o dinheiro circule na própria comunidade, ampliando o poder de comercialização local, promovendo a circulação de riqueza na comunidade, gerando localmente trabalho e renda. O cliente do banco poderá fazer compras no comércio de Outeiro, onde a moeda passará a circular a partir de agora. Após as vendas, o comerciante pode fazer a troca da “Cará” por Real, na sede do banco. “É o fim do caderninho do ‘pendura’ nos mercados. Agora, o morador poderá fazer o empréstimo no banco, quitar suas dívidas nos comércios locais e fazer suas compras à vista, com a nova moeda, que estamos criando”, disse Luiz Carlos Freire, que é coordenador do BCC. O banco poderá conceder créditos que variam de R$ 200 a R$ 3 mil, dependendo da linha de crédito e da destinação do dinheiro. “Analisaremos caso a caso, inclusive aqueles em que o crédito da pessoa está negativado. A relação que teremos com os clientes é bem diferente, é social”, concluiu Gilvan.