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Após denúncia de Edmilson, vice-presidente da Bunge presta esclarecimentos sobre impacto ambiental em Barcarena

Edmilson Rodrigues deputado federal bunge barcarena (1)
Foto: Nádia Junqueira

O vice-presidente de relações institucionais da Bunge, Martus Tavares, procurou o deputado Edmilson Rodrigues (PSOL/PA) nesta quarta-feira (10/6) na Câmara dos deputados, em Brasília, para prestar esclarecimentos sobre soja abarcada no porto de Barcarena. Na última terça-feira (9/6) o deputado Edmilson foi à tribuna levar denúncia de ribeirinhos sobre mortes de dois pescadores e de uma dona de casa atribuídas à contaminação causada pelo transporte, armazenamento e despejo de soja no rio, na região do Porto de Vila do Conde. Além dessas vítimas, mais de 200 moradores da localidade estariam doentes supostamente devido à contaminação.

O vice-presidente apresentou ao deputado a história da empresa e seu histórico de compromisso social. Ele assumiu erro da empresa em não ter retirado com agilidade a soja do local, que provocou mau cheiro e mal-estar na população local, mas afirmou não ter possibilidade de contaminação. “Soja é um alimento. Não é tóxico, não traz perigo. Nosso erro foi deixá-la 20 dias na porta do cidadão. Isto é imperdoável, temos que reconhecer e isso não vai se repetir. Mas não há possibilidade de provocar mortes por contaminação. Quanto mais se tratando de uma região cheia de minérios”, disse se referindo à Alubar, indústria de processamento de alumínios que também está na região, junto a Ipiranga e Convicon.

Edmilson Rodrigues deputado federal bunge barcarena (2)
Foto: Nádia Junqueira

O deputado Edmilson, por outro lado, destacou o histórico de violências sofridas pela população ribeirinha com a construção do porto e a presença de indústrias. Foram prejudicadas, por exemplo, com a poluição do rio e impossibilidade de pesca. “Há um contexto que não favorece. Vivem rodeados de água e não podem bebê-la, não podem pescar. Deve haver, portanto um cuidado redobrado com as possibilidades de acidentes para que não prejudique essa população”. O Instituto Evandro Chagas realiza, atualmente, um estudo para saber se há relação entre as doenças e a soja despejada.

“Se eventualmente os cientistas provarem que houve irresponsabilidade, então terei que cobrar de vocês. Não vou abrir mão de fazer a defesa dos direitos dos cidadãos que são mais frágeis”, afirmou. “Por outro lado, não queremos vilipendiar a imagem da empresa, queremos buscar soluções”, afirmou Edmilson convidando a empresa a participar de audiência na região para ouvir a comunidade e instituições para debater a situação. O presidente se comprometeu em comprovar que não há relação entre as mortes e a soja despejada.