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“Meios de comunicação incentivam cultura da violência”, afirma Edmilson Rodrigues

Edmilson Rodrigues deputato federal debate maioridade penal

A maré tende a levar a aprovação da PEC da redução da maioridade penal à vitória na Comissão de Constituição e Justiça ainda esta semana. Mas, se dentro da casa são muitos os favoráveis à proposta, fora as entidades civis são fortes e numerosas contrárias a ela. O deputado federal Edmilson Rodrigues (PSOL/PA) se junta a esses movimentos contra a maré. Ele participou na manhã desta segunda-feira (30) de ato de entidades contra a aprovação da PEC e elogiou a atuação.

“Às vezes é preciso um susto para que as organizações, que tradicionalmente defendem esses direitos, se organizem para unificar a luta”, disse se referindo aos direitos de crianças e adolescentes. O deputado, em sua fala, enfatizou o papel dos meios de comunicação para construir uma opinião pública favorável a essa PEC.

“Os meios de comunicação mantêm uma ordem perversa ao alimentar a cultura da violência e não indicar outras formas de paz”, argumentou. Para ele, essa lógica acaba por consolidar a força da opinião pública e a força conservadora dentro da Câmara. Além disso, os meios de comunicação estimulam uma visão consumista perigosa. “Os grandes meios de comunicação de massa criam a ilusão ao jovem pobre que o consumo é sempre possível. Isso cria valores e faz com que o jovem assalte, mate para levar um tênis usado porque ele só se sente gente com aquele tênis de marca”, indica.

Poder da opinião pública

Para exemplificar como a opinião pública se relaciona com seu mandato, Edmilson se referiu à dificuldade de enfrentar o tema durante a campanha. “Fui o deputado mais votado da região metropolitana de Belém, mas todos que trabalharam na minha campanha acharam que eu teria mais votos. Eu perdi muito voto porque eu tinha que dizer no bairro pobre e nos parquíssimos segundos na TV que era contra redução da maioridade penal”, contou.

Diante deste cenário, Edmilson afirma que só há um caminho. “Movimentos sociais criarem as condições de coalizão de forças para que nossos sonhos possam se expressar”.

Outras entidades que mandaram representantes ao evento foram a Associação Nacional dos Centros de Defesa da Criança e do Adolescente (Anced), o Conselho Federal de Serviço Social (CFES), a Rede Nacional do Adolescente em Conflito com a Lei (Renade), a União Brasileira dos Estudantes Secundaristas (Ubes), e o Conselho Federal de Psicologia (CFP).

Também apoiam o movimento a Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), a Procuradoria Federal dos Direitos do Cidadão (PFDC/MPF), a Associação dos Juízes pela Democracia (AJD) e a Associação Nacional dos Defensores Públicos (Anadep).