“Se dependesse de mim não haveria Belo Monte”. Assim Edmilson Rodrigues (PSOL/PA) começou sua fala durante audiência pública, na Câmara Federal, para debater sobre o cumprimento das condicionantes por parte do Consórcio Norte Energia na construção da Usina de Belo Monte. A discussão aconteceu na última quarta-feira (08/07) promovida pela Comissão de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável.
“Muita gente assumiu o verdadeiro mito do progresso e hoje a gente chora o leite derramado. Mas os problemas sociais tendem a agravar”, comentou Edmilson diante das exposições que reiteram os graves problemas sociais e ambientais provocados pela obra.
“O Lula, ao manter uma decisão do FHC de estabelecer um consórcio de três empresas junto a Eletronorte e Eletrobrás para fazer estudos de impacto ambiental, entregou as galinhas e franguinhos para as raposas”, relembrou como começou o projeto que hoje traz enormes estragos.
“Esta situação toda já estava prevista por estudos sérios. Agora é discutir o que fazer. O Ministério Público não tem dormido. Há esforço da Defensoria Pública que tem um quadro reduzido para fazer o que é humanamente impossível. Temos instituições fragilizadas”, indicou.
O deputado finalizou indicando por que esta obra não deveria nem existir. “Destrói etnias, vilipendia dignidade de povos, inviabiliza vida de pescadores. Falam que são caras as fontes alternativas e apontam como saída empreendimentos destrutivos como esse. E agora não tem mais jeito: que se faça justiça. Temos que nos pintar para guerra. Não podem mais liberar um real para um consórcio que não respeita as leis brasileiras”, argumentou.
