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Edmilson grava para documentário sobre a vida do deputado João Batista, mártir da luta pela reforma agrária

A história de vida do ativista das lutas agrárias e deputado paraense João Batista será tema de documentário, produzido em parceria com a Universidade Federal do Pará (UFPA) e dirigido por João de Castro. O deputado federal Edmilson Rodrigues (PSOL/PA), um dos incentivadores do projeto, destinou recursos de emendas parlamentares ao projeto. Ele concedeu, nesta sexta-feira (21), uma entrevista para o filme.

João Batista foi cruelmente assassinado há 32 anos, em 1988, a mando da União Democrática Ruralista (UDR), organização apontada como responsável pelo crime. Edmilson conviveu de perto com o então deputado estadual pelo PSB, João Batista. Os dois foram deputados constituintes e participaram lado a lado de muitas lutas em favor do povo.

Pedro César Batista (Autor do longa metragem), Deputado Edmilson Rodrigues e João de Castro (Diretor do filme).
A seta mostra o então deputado João Batista e, na extremidade direita da foto, o deputado Edmilson Rodrigues, nos anos 80.

Filme

O filme que tem como título “Batista: O combatente do Povo“, baseado no livro: João Batista, mártir da luta pela reforma agrária, de Pedro César Batista, tem 90 minutos de duração com previsão para a finalização em 2023. Está sendo realizado em parceria com o Instituto de Filosofia e Ciências Humanas da UFPA, através da professora Leila Mourão. O filme também recebeu cerca de R$ 300 mil em emenda parlamentar do deputado federal Edmilson Rodrigues.

O autor do livro aponta a sua visão sobre as causas que levaram a concentração fundiária no país, mostra a ligação de autoridades com latifundiários, assegurando a impunidade dos que praticaram a violência contra colonos e seus defensores. O livro traz ainda a história de muitas lideranças que foram assassinadas entre 1965 e 2007, ano que a obra foi concluída.

Um pouco sobre João Batista

O deputado Batista, como era conhecido, foi o único parlamentar assassinado no Brasil, após o fim do governo militar. Atuou na reconstrução da União Nacional dos Estudantes, integrando a comissão nacional que organizou o Congresso de reconstrução da UNE, em 1979, em Salvador. Antes, porém, liderou a primeira greve de estudantes no Pará após as mobilizações de 1968.

Como advogado e parlamentar, dedicou-se inteiramente às questões agrárias e fundiárias. Aos 13 anos de idade, João Batista e sua família deixaram o interior de São Paulo para a Amazônia em busca de terras, seguindo a propaganda dos militares, após 1964, que incentivaram a ocupação das terras no norte, com o slogan: “ocupar para não entregar”.

Batista, antes de ser assassinado, sofreu três atentados. No primeiro, foi baleado seu pai, Nestor Batista; no segundo, ele e mais dois companheiros Ezequias e Nilton, ficaram internados na UTI por vários dias. No terceiro atentado, os pistoleiros o atacaram durante a manifestação de 1º de maio de 1987, em Paragominas, tendo ocorrido um tiroteio e um pistoleiro foi justiçado pelo povo. Dois colonos foram baleados. Na quarta tentativa, o assassinaram na frente da esposa e dos filhos.

Com informações de http://joaobatistaofilme.com.br/sobre-joao-batista