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Mais de 650 milhões de mulheres condenadas à fome e à pobreza anualmente

Em preparação à celebração do Dia Internacional da Mulher, neste 08 de março, a Manos Unidas denunciou as enormes desigualdades que a mulher em todo o mundo sofre, mas especialmente nos países mais pobres, porque ela é protagonista fundamental do desenvolvimento dos países do Sul.

A reportagem está publicada no sítio espanhol Religión Digital, 06-03-2013. A tradução é do Cepat.

Denunciou que enquanto a mulher continuar sendo vítima de injustiças, violência e desigualdades no lar e no campo profissional, o fenômeno da “feminilização da pobreza” continuará sendo uma realidade para milhões de mulheres em todo o mundo.

Os dados falam por si. São mulheres:

– mais da metade das 1,3 milhão de pessoas em situação de pobreza extrema
– as 2/3 partes das pessoas analfabetas do mundo (666 milhões)
– as que sofrem falta de cuidados sanitários, especialmente durante a gestação
– as que sofrem abusos sexuais e comércio humano (2 milhões ao ano)
– as que são obrigadas ao casamento inclusive antes de chegarem à maioridade
– as que não têm acesso a recursos naturais e ao crédito
– as discriminadas pelo acesso ao trabalho e ao crédito.

Estes dados estão muito presentes na Manos Unidas em 2013, já que, durante todo este ano, a sua Campanha 54 está centrada no Terceiro Objetivo do Desenvolvimento do Milênio e, a partir do lema: “Não há justiça sem igualdade”, busca promover o desenvolvimento da mulher e a igualdade de direitos e oportunidades entre homens e mulheres.

O 8 de março é conhecido popularmente como o Dia da Mulher Trabalhadora, e por isso, a Manos Unidas denuncia também que o trabalho realizado pelas mulheres é sempre o mais vulnerável. No mundo, as três zonas onde mais mulheres são afetadas por esse tipo de emprego vulnerável são: a África Subsaariana (85%), a África Setentrional (44%) e a Ásia ocidental (41%).

Nas áreas rurais, as mulheres sofrem com os empregos temporários, de tempo parcial, mas remunerados e recebendo salários menores pelo mesmo trabalho que os homens.

Além disso, a mulher deve conciliar o seu trabalho em casa com o papel de mãe, educadora e produtora de alimentos, razão pela qual suas oportunidades de trabalho remunerado são inferiores às do varão.

A Manos Unidas defende que a igualdade necessita de um modelo de desenvolvimento integral, que afeta todas as dimensões da pessoa e que seu centro é a dignidade humana. Por isso, o reconhecimento dos direitos da mulher e o desenvolvimento de suas capacidades não é apenas uma prioridade, mas o eixo transversal que se encontra presente em todas as nossas iniciativas de sensibilização e em todos os nossos projetos de desenvolvimento.

A Manos Unidas presta especial atenção à situação de tantas mulheres que sofrem de fome, pobreza, analfabetismo, discriminação, etc. Por isso, em 2012, a entidade aprovou 83 projetos voltados exclusivamente para a promoção e o desenvolvimento da mulher (40 na Ásia, 26 na África e 17 na América) e destinou a eles cerca de 5 milhões de euros.