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MPF investiga morte de indígena e invasão de garimpeiros na Terra Indígena Wajãpi

O MPF instaurou, neste sábado (27), procedimentos para apurar as circunstâncias da morte de um indígena e a invasão de garimpeiros na Terra Indígena Wajãpi, no Amapá. No decorrer do dia, o órgão acompanhou o desenrolar dos fatos, em contato com a Polícia Federal e com servidores da Funai, que estão na área.

Já encaminhamos centenas de documentos, já denunciamos às autoridades, mas o estado brasileiro não tem dado a devida atenção. Quantos parentes precisam morrer? Foto: Heitor_Reali

A morte do indígena Waiãpi, que estaria relacionada ao caso, segundo a Funai, será apurada pelo MPF por meio de investigação criminal. Acerca das denúncias de invasão da TI Waiãpi por garimpeiros, o órgão solicitou informações à PF sobre as providências adotadas até o momento. Esclarecimentos também serão requeridos aos órgãos competentes.

Ainda na noite de sábado, efetivo da PF e policiais do Batalhão de Operações Especiais da Polícia Militar foram deslocados para a TI. A finalidade é evitar o agravamento do conflito. O MPF vai seguir acompanhando a situação a fim de assegurar os direitos dos indígenas.

Governo estimula o garimpo nas terras indígenas, diz nota do Conselho Indígena de Roraima (CIR)

Em nota, o Conselho Indígena de Roraima (CIR), organização que representa os povos Wapichana, Macuxi, Patamona, Wai Wai, Yekuana, Taurepang, Ingarikó, Yanomai e Sapará daquele estado, classificou de “ataque” a invasão de garimpeiros ao território Wajãpi.

“Infelizmente estamos em um governo que incentiva e patrocina a morte dos povos indígenas, quando publicamente estimula o garimpo nas terras indígenas”, disse o CIR referindo-se ao presidente da República, Jair Bolsonaro (PSL). Desde sua eleição em outubro de 2018 já foram registrados inúmeros conflitos envolvendo garimpeiros, madeireiros e fazendeiros nos territórios. Nossos rios e florestas estão sendo envenenados pela prática ilegal do garimpo. Já encaminhamos centenas de documentos, já denunciamos às autoridades, mas o estado brasileiro não tem dado a devida atenção. Quantos parentes precisam morrer? hoje aconteceu com nossos irmãos Wajãpi. Amanhã pode ser outro povo”, diz a nota.

Com informações da Assessoria de Comunicação Social do Ministério Público Federal no Amapá. Foto: Indios_Wajapi_AP_Heitor_Reali