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Projeto Nós na Tela pauta um novo olhar sobre o bairro Terra Firme e recebe prêmio internacional

As ações realizadas pelo Projeto de pesquisa e extensão Nós na Tela, da Incubadora de Linguagens Digitais da Faculdade de Artes Visuais da Universidade Federal do Pará (FAV/UFPA) e do Programa de Pós-Graduação em Arquitetura e Urbanismo (PPGAU) , resultaram no reconhecimento da premiação internacional Internacional Society for Third-Section Research (ISTR), na categoria Políticas de Impacto na Sociedade Civil. O projeto foi premiado por lançar um novo olhar sobre a forma de retratar a periferia, em especial o bairro Terra Firme, na cidade de Belém, afastando-se dos estereótipos que marcam esses locais como espaço de violência e criminalidade, destacando-os como produtores de cultura, arte e lazer.

O projeto pautou a inovação social apresentando o potencial da utilização dos meios digitais por jovens estudantes de graduação da UFPA que são moradores de bairros periféricos e desejam romper com o discurso estereotipado produzido pela grande mídia, além de integrar o espaço da UFPA, Campus Guamá, com os bairros periféricos localizados em seu entorno, como Guamá e Terra Firme. Durante o projeto, foram realizadas oficinas de capacitação para o desenvolvimento técnico de produção de conteúdo, como oficinas de roteiro e edição, possibilitando que os jovens fossem os protagonistas ao contarem as narrativas do bairro em que vivem com suas próprias pautas, entrevistas e processos criativos.

“Apesar de haver ações pontuais de alunos e projetos voltados para os bairros populares da cidade, há, com frequência, uma ideia de que a Academia tem a capacidade de trazer as soluções com base na teoria e na ciência desenvolvida nos nossos laboratórios e nas salas de aula. Durante o projeto, a juventude moradora da região foi protagonista de suas produções, falando sobre seu bairro, com o olhar de quem vive naquela região e sente na pele suas problemáticas e vantagens“, afirma Acilon Cavalcante, professor da UFPA e coordenador do projeto.

A premiação será realizada virtualmente no final do mês de setembro, com a apresentação dos resultados para pesquisadores internacionais, além do incentivo à produção de novos produtos que estabeleçam diálogos com enfoque semelhante às produções anteriores, em que pessoas da periferia falam delas próprias.

Outro olhar para a periferia – Em 2014, uma chacina realizada na periferia de Belém gerou 11 vítimas em diversos bairros da periferia de Belém. Após um evento, um grupo de jovens moradores dos bairros se reuniu e articulou a produção do vídeo “Poderia Ter Sido Você ” , que apresentava os nomes e as histórias das vítimas de chacinas que ocorreram na região desde 1996. O grupo de jovens se uniu para formar o Coletivo Tela Firme, e, em 2018, formou o Projeto de extensão Nós na Tela, pautando a realidade periférica em contrapartida com a visão produzida pela grande mídia.

O Projeto Nós na Tela, que atuou de março de 2018 até maio de 2020, desenvolveu nove curtas audiovisuais, com alguns episódios disponíveis virtualmente na página do Tela Firma, que tratam da história dos moradores e dos espaços de lazer e cultura presentes no bairro Terra Firme; realizou uma série de entrevistas com pessoas que participaram da formação do bairro na década de 70 e 80 e foi responsável pela produção da II Cartografia Social da Terra Firme, que mapeou espaços de atuação religiosa, entidades comunitárias e cooperativas, espaços de educação, comércio, lazer e serviços presentes no bairro. Sua atuação incentiva o surgimento de outros projetos da região com a mesma temática de divulgação das ações positivas que surgem na periferia. 

“Quando as autoridades abrem espaço para metodologias emergentes, os resultados, em termos quantitativos e qualitativos, tendem a ser relevantes. Acredito que projetos futuros a serem desenvolvidos no bairro Terra Firme colherão os frutos que foram plantados no agora”, conclui  Acilon.

Recursos de emendas parlamentares

O projeto Nós na Tela recebeu recursos de emendas parlamentares do então deputado federal – hoje Prefeito – Edmilson Rodrigues. Foram destinados R$100 mil através da Universidade Federal do Pará.

Texto: João Freitas – Assessoria de Comunicação institucional da UFPA
Fotos: Divulgação