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Seguir lutando por mudanças com a força transformadora do povo consciente e mobilizado

Senhor Presidente,
Senhores Deputados,
Senhoras Deputadas,

O país concluiu no último domingo (26) o 2º turno das eleições em um clima de grande polarização política e de muita expectativa em relação ao futuro.

A eleição da presidenta Dilma foi, sem dúvida, uma vitória sobre a onda de retrocesso que ameaçava engolfar o país. Conjugaram-se forças conservadoras e marcadamente de direita em torno de Aécio Neves, reproduzindo um discurso de ódio às mínimas conquistas populares e, tão grave quanto isso, propondo um modelo de maior subserviência aos interesses do grande capital nacional e internacional. Diante deste risco, julgo acertada a decisão da direção nacional do PSOL ao propor, logo após o 1º turno, que nossa militância se empenhasse na defesa de um veto a Aécio e ao que ele representava de nocivo ao país e, por consequência, fizesse um chamamento de voto crítico à Dilma, sem que isso representasse qualquer incorporação ou adesão a seu projeto de governo.

Tenho convicção que Dilma venceu, entre outros fatores, porque teve a sensibilidade de dirigir uma guinada de sua campanha à esquerda, demarcando com maior clareza questões programáticas importantes, como a defesa da manutenção da maioridade penal e da criminalização da homofobia, ao mesmo tempo em que firmou compromissos com a permanência da política de defesa do emprego e de programas sociais inclusivos. Igualmente fundamental foi a confirmação da política externa de altivez perante os países centrais do imperialismo, reforçando os laços de integração latino-americana e caribenha.

Agora, cabe à presidenta Dilma responder de maneira afirmativa às enormes esperanças que despertou. Milhões de brasileiros e brasileiras foram às ruas, engajaram-se na campanha como há muito não se via, e é justamente essa força popular que precisa permanecer mobilizada na nova fase que se inicia, assumindo um papel de protagonista em questões-chave como, por exemplo, a urgente reforma política que acabe de uma vez por todas com o financiamento empresarial, uma das raízes mais profundas da democracia de araque que impera em nosso país.

O PSOL seguirá vigilante, fiel a sua postura de independência e a seu conteúdo programático de esquerda, cobrando que esses compromissos sejam mantidos e aprofundados. A partir de 1º de fevereiro, honrado com o mandato de deputado federal que me foi conferido pelos paraenses, estarei na linha de frente na defesa das reais e estruturantes transformações que nosso povo tanto anseia.

No Pará, quis a maioria do eleitorado reeleger Simão Jatene, abrindo o inédito ciclo de governo para seu partido, que assim poderá comandar o estado – com apenas uma interrupção de 4 anos – por longas duas décadas. Não custa lembrar a enorme responsabilidade que repousa sobre os ombros do governador e se seus aliados.

Como de resto em todo o país, as eleições no Pará também foram manchadas pela ocorrência do abuso do poder econômico e de muitas denúncias de uso criminoso da máquina pública. É imprescindível que os órgãos responsáveis pela lisura do pleito investiguem com o máximo rigor todas essas ocorrências e, sendo comprovadas, que os culpados sejam exemplarmente punidos.

De qualquer forma, parcela significativa do eleitorado paraense – mais de 48% dos votos válidos – expressou seu inconformismo com a forma pela qual o estado vem sendo administrado ao longo de todo esse período. Mesmo os que sufragaram o candidato governista, em grande medida o fizeram por acreditar que o candidato tucano era o que tinha melhores condições para atender os justos anseios pela melhoria das condições de vida da maioria da população, com destaque para o enfrentamento do caos da segurança, da precariedade da saúde e da profunda crise da educação pública. Trata-se, agora, de mais uma vez não se fraudar as esperanças despertadas pela manifestação majoritária dos paraenses nas urnas.

O PSOL no Pará não abrirá mão de seu papel de partido de oposição, portanto fiscalizará com rigor os atos do Executivo, ao mesmo tempo em que de forma propositiva continuará lutando por um novo projeto de desenvolvimento para o Pará, que efetivamente transforme nosso estado em um lugar que assegure uma vida digna a todos os seus habitantes.

Enfim, fechadas as urnas o tempo que se abre, tanto no Brasil como no Pará, é o de seguir lutando por mudanças, que somente serão verdadeiras se sustentadas na força transformadora do povo consciente e mobilizado. É nisso que acreditamos e é esse o chamamento que fazemos a todos e a todas que permanecem fiéis ao sonho da construção da plena felicidade humana.
Muito obrigado!

Palácio Cabanagem, 28 de outubro de 2014.

Deputado Edmilson Rodrigues
Líder do PSOL