O deputado federal Edmilson Rodrigues (Psol) criticou o desperdício do recurso público durante a visita às obras paralisadas do residencial de 860 apartamentos, no Canal do Tucunduba, no bairro do Guamá, nesta segunda-feira, 4. A obra do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), visa abrigar as famílias remanejadas do canal há 12 anos. A responsabilidade pelo projeto de R$ 17 milhões é da Companhia de Habitação do Estado (Cohab) e da Caixa Econômica Federal.
Edmilson anunciou que buscará auxílio junto ao Ministério das Cidades, responsável pela liberação de recursos à obra. “Já formalizei o pedido de audiência com o ministro Kassab.” Ele também tentará que o Ministério Público do Estado entre na intermediação de um acordo para a definição de um cronograma para a conclusão das habitações. O Ministério Público Federal já analisa a situação da obra.
Dentro do canteiro, há cerca de cinco blocos de apartamentos erguidos, alguns com janelas instaladas, outros já rebocados, e a base instalada para a construção de outro bloco.Nenhum operário foi visto no local. As lideranças comunitárias denunciam que o abandono tem acarretado o roubo de materiais de construção do local.
A obra visa abrigar as famílias remanejadas ainda durante a 1a etapa das obras de urbanização e macrodrenagem do Canal do Tucunduba, no final da década de 90, quando Edmilson era prefeito. “O atraso implica num prejuízo irreparável, pois o custo da obra encarece, as construtoras e os operários acabam perdendo o trabalho. É dinheiro público jogado fora. São cinco anos de governo Jatene e a obra não saiu. A situação é desesperadora para essas famílias”, criticou o deputado. A obra foi iniciada em maio de 2008. O prazo de entrega foi prorrogado várias vezes, sendo que o último venceu no ano passado.
A moradora Maria Santana Lobo, de 50 anos, lamenta que os cinco filhos se espalharam porque o imóvel que pôde alugar é muito pequeno. Ela responsabiliza o afastamento da família como a causa para que um dos filhos se envolvesse com crimes.”Lutei muito para comprar a minha casa. Todos os meus filhos moravam comigo.
Exatas 475 famílias recebem auxílio-aluguel de R$ 400, cujo valor é considerado insuficiente para arcar com o custo a que se destina, sem falar nos constantes atrasos no repasse: “O povo está sofrendo. Há locatários que se recusam a alugar para quem recebe auxílio-aluguel por conta dos atrasos. As pessoas moram mal e já se mudaram tantas vezes, que os móveis foram se estragando”, apontou Edmilson.
