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Edmilson critica prisão de liderança da manifestação das praças

haelton costa edmilson rodrigues

A prisão do sargento do Corpo de Bombeiros Haelton Costa, uma das principais lideranças do último movimento reivindicatório das praças, foi criticada pelo deputado estadual Edmilson Rodrigues (PSOL), na tribuna da Assembleia Legislativa do Pará, na sessão desta quarta-feira, 30. As manifestações dos soldados, cabos, sargentos e subtenentes da Polícia Militar e dos Bombeiros Militares ocorreu entre os dias 1o e 8 de abril. Haelton foi preso na última quarta-feira, 29, por quatro horas, determinação do comandante geral dos Bombeiros, Coronel João Hilberto Sousa Figueiredo, apesar dos deputados terem aprovado unanimemente a anistia administrativa, cuja lei ainda não foi sancionada pelo governador Simão Jatene. Edmilson ressaltou que a punição quebra o acordo firmado pelo governo, sob a mediação dos deputados, para que nenhum manifestante fosse retaliado.

“O governo Simão Jatene tem se notabilizado por ser o principal fomentador da divisão, revolta e crise no seio da Polícia Militar e do Corpo de Bombeiros. Só muita incompetência combinada com um forte ranço de autoritarismo podem explicar a prisão do sargento Haelton Costa”, criticou Edmilson. O projeto de lei de iniciativa do Executivo, que concedeu aumento salarial escalonado de 110% apenas aos oficiais, foi o elemento fomentador da crise entre os bombeiros e policiais militares. “Faço um apelo ao governador Jatene: contenha a sanha repressiva e retaliatória que parece estar presente nos altos escalões da PM e do CBM. Cumpra, senhor governador, a palavra empenhada! Caso contrário, estaremos diante de uma crise de proporções gravíssimas e incontroláveis.

A prisão do sargento Haelton foi suspensa quatro horas após ter sido decretada. Porém, o mal-estar já estava instalado entre os praças. “É grande e justificável a insatisfação entre policiais e bombeiros militares, que têm fundadas razões para duvidar da palavra que as autoridades do governo Jatene empenham nas mesas de negociação. Esta Assembleia não pode ficar indiferente com este tratamento indigno. Aliás, é a própria credibilidade do Poder que também está em jogo.”, apontou Edmilson. O comandante geral do CB justificou a punição ao sargento em razão de uma entrevista concedida no ano passado após o assassinato de um colega de farda. “Um absurdo escandaloso que revela truculência e inabilidade por parte de quem tem o dever de conduzir com harmonia e ponderação uma tropa de milhares de servidores militares”, apontou o psolista.

Na sessão desta quarta-feira, os deputados aprovaram o requerimento apresentado pelo deputado Edmilson, no início da reação dos praças, a fim de que o governo negociasse com a categoria. Apesar da negociação já ter sido realizada, inclusive sob a mediação da Alepa com a participação direta de alguns deputados, incluindo o próprio Edmilson, ele reforçou a importância do requerimento ser aprovado para confirmar a solidariedade aos manifestantes.