O deputado estadual Edmilson Rodrigues, líder do PSOL e membro da Comissão de Direitos Humanos da Assembleia Legislativa do Pará, engrossou o côro em prol da liberdade religiosa, durante a IV Caminhada pela Liberdade Religiosa – Fé e Resistência”, realizada na manhã deste domingo, 17, no centro de Belém. O ato foi alusivo ao Dia Municipal e Estadual da Umbanda e dos Cultos Afros, que é comemorado na segunda-feira, 18, fruto da lei 6.639, de autoria da ex-deputada estadual Araceli Lemos.(PSOL).
Os participantes da caminhada se concentraram na Escadinha do Cais do Porto, a partir das 9 horas da manhã. Ao som do trio elétrico, a caminhada saiu às 11h30 em direção à Praça da República. O presidente do Instituto Nacional da Tradição e Cultura Afrobrasileira (INTECAB), que promoveu o ato, Pai Fábio Andrade, criticou o preconceito: “Esse é um culto à união e à diversidade. Por isso temos comunidades de terreiro, estudantes e representantes LGBT.”
Falando aos manifestantes ao final do ato na Praça da República, o deputado psolista prestou uma homenagem á memória do intelectual paraense Vicente Salles, recentemente falecido. “Vicente Salles nos mostrou que não haveria Cabanagem e seus três governmos revolucionários sem a contribuição dos negros”. Ao destacar que participa da marcha desde a primeira versão, em 2010, Edmilson parabenizou a fé e a resistência milenar da afrorreligiosidade. “Avancemos para construir na prática o direito à liberdade religiosa”, finalizou.
Representantes de vários movimentos sociais, como de Lésbicas, Gays, Bissexuais e Transsexuais (LGBT), de HIV e Aids e estudantil e o Comitê Paraense pela Memória, Verdade e Justiça, entre outras entidades, se juntaram aos afrodescendentes para reivindicar a saída do Pastor Marco Feliciano (PSC/SP) da presidência da Comissão de Direitos Humanos da Câmara Federal. Feliciano é criticado pelas declarações públicas de racismo e homofobia. O repúdio ao parlamentar estava estampado em faixas e cartazes, entre as manifestações pelo respeito aos cultos afrorreligiosos.
Abaixo-assinado – Durante o evento, Edmilson assinou o abaixo-assinado que será levado ao Ministério Público Federal para cobrar providências para a melhoria da infraestrutura de atendimento dos pacientes de HIV e Aids. “No mundo, a taxa de mortalidade (da doença) caiu 25%, em 2012. No Brasil, foi de 6 por cada 100 mil habitantes, mas, em Belém, esse número só cresce, e chegou a 13 por 100 mil habitantes no ano passado. A unidade de referência de atendimento á saúde está sucateada”, apontou a Phd Ana Cleide Moreira, especialista em feminilização da Aids.
