Artigo publicado originalmente no jornal “O Liberal” de 25 de janeiro de 2021.
Por Edmilson Rodrigues
As notícias que nos chegam, desde o Amazonas, não devem ser vir apenas para nos chocar. E devemos encará-las com a dor no coração de quem perde um irmão e com atenção ao conteúdo pedagógico que esta realidade carrega. O que acontece com nossos irmãos manauaras, em especial, não necessariamente, acontecerá conosco no Pará ou em Belém. Mas a verdade é que essa possibilidade existe.
Do nosso lado, estamos tomando medidas para reduzir essa possibilidade. E construímos junto com a empresa fornecedora um plano de contingência para garantir o fornecimento de oxigênio em caso de um aumento da demanda. Nós também estamos ampliando o número de leitos – de enfermaria e de UTI, em nossas unidades de saúde. E colocamos em prática o Plano Belém Vacinada, começando pela vacinação dos profissionais de saúde que atuam em nossa cidade.
São medidas que caso ocorra a aceleração de uma segunda onda em Belém, nós tenhamos uma melhor infraestrutura para atender à nossa gente. E a vacina, a longo prazo, nos ajudará a dar um passo de volta ao normal. Mas, infelizmente, são medidas insuficientes para enfrentar o vírus e sua capacidade de tirar vidas. A capacidade deste ser microscópico já comprovada com as milhões de vítimas mundo afora, é enorme. A capacidade ampliada agora com as novas cepas que estão surgindo.
A melhor forma de enfrentá-lo ainda é o afastamento social e os cuidados de higiene, com uso de máscaras e higienização das mãos, por exemplo. Mas temos outros cuidados, como não entrar em casa com calçados utilizados nas ruas, trocar de roupa e tomar banho sempre que chegar da rua antes de qualquer coisa. A melhor e mais eficaz forma de vencer o vírus depende de nós, do nosso comportamento.
E é nessa linha que os decretos publicados pelo governo do Estado e pela Prefeitura de Belém caminham para reduzir a curva de contaminação, a propagação do vírus em nossa cidade. Contudo, também é verdade que alguns setores econômicos sofrem mais do que outros, desde o início da pandemia.
E a indústria do entretenimento é um desses. E para esses setores haveremos de construir soluções que garantam suas atividades e os empregos. Uma solução cooperada, que envolva a Prefeitura e outras esferas de governo. Mas não dá para fecharmos os olhos como se nada estivesse acontecendo.
Mas o momento é de evitar aglomerações e circulação de pessoas. Não é hora de baixarmos a guarda. A situação exige de nós aumentarmos os cuidados, cuidados conosco, com quem amamos e com quem nem mesmo conhecemos. Essa luta é um trabalho para todos.
Edmilson Rodrigues é prefeito de Belém
